segunda-feira, 6 de julho de 2009

Pra boi dormir

A conversa acerca de agroindustrialização, promovida pela Prefeitura de Engenheiro Beltrão e o Sebrae, na última quinta-feira (02-07), a título de Programa de Governo, me fez lembrar duas coisas que o passado deixou para trás. Ambas pelo redundante fracasso sofrido após pouco tempo de uso e tentativas. Uma delas, salvo engano na grafia, eram os "Yuppies", jovens executivos agressivos que ficavam milionários em um ano e eram apresentados como exemplo, mas não demorou a se tornar sinônimo de coisas pouco aconselháveis. A outra foi a febre da chamada "re-engenharia", uma espécie de marketing pleno que foi abandonado tão logo percebeu-se o retrocesso que significava e todos os "especialistas" passaram a dizer que nunca haviam ouvido falar daquilo. *****
Embora não vá aqui qualquer crítica pessimista, afinal é preciso acreditar para que possamos melhorar sempre e parar de vez com o retardo a que já estamos acostumados, é preciso lembrar que um trem não anda nos trilhos só porque é um trem. Além de tudo que custou para ser desenvolvido, construído, colocado nos trilhos anteriormente estendido sobre dormentes e tudo mais, ele ainda precisa da locomotiva que puxa ou empurra os vagões no seu guincho alucinado pelas pradarias. É isso que me preocupa. O programa de agro indústria familiar da Prefeitura parece não ter essa locomotiva. Aliás o prefeito (Elias de Lima - PR), alertou que o Poder Público será mero expectador do desenvolvimento dessa atividade. Segundo ele a política atrapalharia o bom andamento do negócio. *****
É bem possível que eu esteja enganado e o programa tem sim sua fonte de energia cinética. Contudo, se tem, está oculta em algum lugar que a conversa toda não revelou. Isso é preocupante. Uma re-engenharia yuppie a essa altura seria um retrocesso desnecessário. Falou-se muito de uma associação ou cooperativa que daria nome aos produtos já existentes e aos que virão, mas nada se disse sobre como se rejeita uma proposta já mensurada para apresentar algo novo e a ser criado. Um embrião de cooperativa de empreendedores foi criado em 1992 na cidade. Naquela época em que estava em moda a criação de sociedades anônimas e alguém (quem será?), alertou que tal sociedade não funcionaria em Engenheiro Beltrão só porque o Fantástico da Rede Globo tinha mostrado um sucesso assim em Umuarama. Como alternativa viável foi então apresentado esse outro tipo de sociedade. *****
O Cefasc (Centro de Empreendimentos Financeiros e Alternativos de Sociedade Cooperativa), anunciado pelo Jornal do Povo (Maringá), em 1993 esteve, e ainda está à disposição do prefeito, da Prefeitura e do povo de Engenheiro Beltrão. Todavia, o nobre alcaide preferiu ignorar sua existência e anuncia, a título de estímulo, que, ou os produtores do município se organizam na atividade proposta por ele, ou ele a dará a pessoas de outras cidades. Um anúncio claro de que a coisa vai rolar custe o que custar. Considerando que a meia dúzia de sempre terão todos os meios para realizar seu trabalho já dá para somá-los aos empreendedores que não precisaram de jovens executivos que sabem de tudo para dizer-lhes o que fazer. Teremos então um belo embrião de futuro promissor e já podemos acreditar que "dessa vez vai". Vai? *****

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